Sopraram em meus cabelos,
Ventos de Aurora fresca.
Naquele cais onde um dia,
Parti, por luas sem conta.
Segui passos do destino,
Ancorei numa outra ponta.
Onde a alegria reinava,
O Céu era mais azul,
Havia mar e sereias,
E muito sol nas arestas
Alegria contagiante,
Muito batuque nas festas.
Foram luas e mais luas…
Foram muitas que passei,
Caíram folhas d’Outono,
Nasceram sóis de Verão,
Inebriantes Ocasos,
Trancados em minha mão.
No silêncio de minh’alma
Ancorava a expectativa,
Daquilo que me esperava,
Seriam folhas caídas;
Ou brilhos incandescentes?
Talvez, arvores despidas.
Depois de tanto contar,
Nas linhas do meu caderno.
Os sóis as luas e ocasos…
Remeti ao meu destino,
Desejos do meu silêncio,
Badaladas do meu tino.
Nascido do meu querer
Transcrito num céu rendado
Constituir família ali…
Num retorno pra outras luas
Num varal por mim toldado,
Que em poema eu escrevi;
Pai, mãe, filho e um colibri.
Cecília Rodrigues