No nascente cristalino abençoado
Corre pura, gota a gota água divina
Forma um leito em toda a terra idolatrado
E indispensável em rio predomina
Tenaz o homem em seu desfavor insiste
P'la Natureza desprezar os cuidados
Mas cuidado! Porque o futuro persiste!
Em desventuras serão os rios afectados
É preciso de olhos postos no Futuro
Travar a grande luta, p'la prevenção
E em prol de um vegetar muito mais puro
Preservar toda a Natureza em mutirão
O homem que se diz tão inteligente
Em pleno século vinte se contradiz
Despreza a vida, a Natureza docente
Só o poder financeiro o deixa feliz
A isto, se chama ser inteligente?
Não venham dizer mais das suas lérias!
Sabendo o que provoca lentamente,
Sua própria sorte e sentença na Terra.
Se esquece que em breve o Globo terrestre
Vai deixar de ser solo, por ele pisado
Porém seus filhos, netos permanecem
Nesse solo, sob este sofisma criado
Vive seus dias egoístas sempre a leste
Como se o Mundo fosse só seu e insiste
Polui tudo e tudo queima deixando agreste
Toda a Terra chora e a Natureza triste
"Será que os poetas têm o dom afinal?
De despertar sentidos, ôcos e diluídos!
Quem dera fosse mágica e divinal,
A Poesia e seu Eco intemporal,
Tocasse a alma dos homens esquecidos!
Cecília Rodrigues